segunda-feira, 29 de março de 2010


O livro Nós da Poesia organizado pela presidente do Instituto Imersão Latina, Cônsul de Poetas del Mundo em Belo Horizonte, Brenda Marques, reúne poemas de 34 poetas, sendo mais da metade participantes do Movimento Poetas del Mundo. O primeiro lançamento foi na Bienal do Livro do RJ. Depois, em Belo Horizonte e em São Paulo.
Este último, onde a Cônsul de MG não pode comparecer por questões de saúde, aconteceu na semana do feriado de Outubro e contou com a presença de Brenda, Cláudio Márcio, Clevane Pessoa e Iara Abreu, de Belo Horizonte, além de outros poetas.

Mais fotos e informações no endereço do Sonico:

Visitem e escrevam...http://www.sonico.com/album_comments.php?etid=76&u=35075958&a=1711673#photo_8654868

quarta-feira, 24 de março de 2010

Hora do Planeta

Poetas del Mundo.
Nossa união nesse momento, com toda certeza, fará da "HORA DO PLANETA" um momento de grande mudança em benefício do nosso planeta.
Precisamos de todos.
Não deixem de ver o vídeo.
Jaak Bosmans

Cônsul B.Serra-Poetas Del Mundo Belo Horizonte
http://www.poetasdelmundo.com/v erinfo_america.asp?id=5366





No sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30 (hora de Brasília), o Brasil participa oficialmente da Hora do Planeta. Das moradias mais simples aos
maiores monumentos, as luzes serão apagadas por uma hora, para mostrar aos líderes mundiais nossa preocupação com o aquecimento global.


A Hora do Planeta começou em 2007, apenas em Sidney, na Austrália. Em 2008, 371 cidades participaram. No ano passado, quando o Brasil participou pela primeira vez, o movimento superou todas as expectativas. Centenas de milhões de pessoas em mais de 4 mil cidades de 88 países apagaram as luzes. Monumentos e locais simbólicos, como a Torre Eiffel, o Coliseu e a Times Square, além do Cristo Redentor, o Congresso Nacional e outros ficaram uma hora no escuro. Além disso, artistas, atletas e apresentadores famosos ajudaram voluntariamente na campanha de mobilização. (...)

Existem diversas formas de participação. A primeira delas é se cadastrar. (...) É bem rápido. O cadastro dos participantes é a principal maneira que temos de avaliar quantas pessoas apagaram as luzes. Os participantes brasileiros serão somados com os de outros países, formando uma grande corrente pelo futuro do planeta. Os nomes das empresas cadastradas vão aparecer na página Quem Já aderiu.

veja o video da campanha e participe você também - segue abaixo o link:
http://www.youtube.com/watch?v=XZroK9LPtqA


Manifesto Universal de Poetas del Mundo em prática

Repasso-lhes informações que considerei importantes para todos nós.
O texto de Wagner Torres, considerei tão esclarecedor, que copiei do artigo no Jornal Estado de Minas de 23 de Março, na coluna "Espaço do Leitor" e transcrevo aqui.

Caso queiram ir ao original, está aqui o link:

http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1484902699005241662


Aproveito e acrescento parágrafos do Manifesto Universal cujo teor são apoio a estas manifestações. Parabenizo o mentor do nosso movimento e autor do manifesto,Arias Manzo, por sua lucidez e coragem.


7 – Os Poetas do Mundo nos declaramos iguais – consagrados e menos conhecidos, famosos e anônimos, ricos e pobres, brancos e negros, mestiços e amarelos. Sempre e quando se situam neste lado da vida, empunhando as mesmas espadas para combater o que mata a vida, lutando corpo-a-corpo, ou ante a mesma barricada, para defender a JUSTIÇA [única para todos], a IGUALDADE [efetiva entre todos os habitantes da terra], a LIBERDADE [a verdadeira, não a dos discursos de instituições e arautos fraudulentos e corruptos] e o DIREITO dos povos de existir e viver em paz. Pois é apenas lutando por todos, que seremos cada um o vencedor. Não há vitória real na individualidade, no egoísmo, a vitória só é possível como uma conquista coletiva.



8 – Os Poetas do Mundo declaram todo espaço onde possam estar ou ser, como suas arenas de combate ao mal, sejam palácios ou cavernas perdidas, sejam os campos de trabalho onde se exploram os campesinos ou o fundo de uma mina onde se suga o sangue do mineiro. O Poeta do Mundo jamais se calará frente à dor de sequer um homem ou mulher, enquanto lhe houver fôlego. Porque o poeta não deixará de ir ao encontro de sua missão, levando a palavra, levando chuva sobre a terra, espetáculo de graça, beleza para os olhos dos homens e das mulheres. O Poeta será a luz que guiará os guerreiros, será o farol na escuridão da noite.



9 – Os Poetas do Mundo nos declaramos pacifistas, mas não covardes, nem passivos. Antimilitaristas, mas de nenhuma maneira ingênuos, mesmo que sentimentalistas por natureza, porque na expressão artística, a tinta da escrita é o sangue de nossas almas. Vivemos embriagados pelo encanto da arte, até a vertigem dolorosa da criação. Criação que terá sempre um objetivo: “APERFEIÇOAR A VIDA”, a nossa [individual], a de todos [coletivamente]. Somos pacifistas em busca da paz universal, mas sabemos que A PAZ não chega do nada, temos que ganhá-la, lutar por ela; por isso somos Guerreiros. E a PAZ não existirá se não for garantida a JUSTIÇA. A PAZ reinará a partir da justiça. Senão a única paz que teremos com os desmandos dos Impérios será PAZ DE CEMITÉRIO.



Abraços,
BiláBernardes - Cônsul pelo Estado de MG
www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=2537

Reportagem do EM
põe a nu o bilionário

Wagner Torres
Belo Horizonte

“Excelente a reportagem ‘Bilionário vendedor de ilusões’ (Economia), abordando a fortuna de Eike Batista. Este senhor destruiu o sonho de muitas famílias que vivem há gerações na região cercada pela Serra do Espinhaço. Para entender melhor sua trajetória, voltemos ao tempo. Eike Batista é filho de Eliezer Batista, engenheiro e administrador de empresas, que se notabilizou, por duas vezes, na presidência da Companhia Vale do Rio Doce. Também destaca-se sua atuação no Programa Grande Carajás (PGC), a primeira iniciativa de exploração das riquezas da província mineral dos Carajás, abrangendo áreas do Pará até o Xingu, Goiás e Maranhão. Munido desses preceitos, Eliezer mandou realizar estudos sobre o potencial de riquezas minerais de diversas regiões do país. É fácil explicar que, de posse desses dados, o filho Eike Batista iniciou um projeto devastador, o de criar diversas empresas, que sempre têm xis como marca. Naquela região, ele abocanhou várias propriedades de pequenos agricultores rurais. Em Conceição do Mato Dentro, seguindo em direção ao Serro, muita gente já vendeu ou ainda insiste em ficar em suas propriedades. A maioria, que vive há décadas na área, recebe propostas de advogados que se dizem representantes da mineradora MMX, que espalham intimidação. Quem não vende suas terras pelo preço que oferecem, mais tarde terá que sair de qualquer maneira. A vida dessa gente humilde virou um inferno. Os que ainda insistem em ficar, têm suas águas poluídas, que não servem para nada. Alguns são impedidos, por seguranças da mineradora, de atravessarem caminhos que levam às suas próprias propriedades. Para quem mora no município, outrora cidade calma e hospitaleira, porta de entrada do Alto Jequitinhonha, sente de perto o caos em que se transformou suas vidas. A movimentação de veículos pesados é intensa, grassando a e especulação imobiliária, não se achando um bom imóvel para comprar ou alugar. Os índices de violência e consumo de drogas crescem a cada dia. A estrutura daquela cidade foi totalmente abalada. Recentemente, Eike vendeu sua parte no projeto de papéis para a Anglo American por US$ 5,5 bilhões, como prova a bem elaborada matéria, ‘um jeito de amealhar fortuna com negócios e projetos não construídos, sem geração de caixa real nem tanto emprego, muito menos com divisas para a nação, na proporção de outros magnatas’. A ganância desse mortal, com fortuna estimada em US$ 27 bilhões, fere a dignidade e o espírito de pessoas simples, que só querem viver em paz, tendo a natureza como aliada. Essas mesmas pessoas estão sem entender por que são privadas de viver em suas pequenas propriedades, plantando e colhendo para o seu sustento. A Anglo American vem avançando dentro da mata, numa devastação sem precedentes. Pouco importa se há nascentes, córregos de água limpa, cachoeiras ou mata virgem. Basta chegar em São Sebastião do Bom Sucesso, também conhecido como Sapo, distrito de Conceição do Mato Dentro. O cidadão fica chocado com o desmatamento no alto das serras da Ferrugem e Água Santa. É difícil de acreditar que, em pleno século 21, haja espaço para que aventureiros espalhem tanta desgraça, destruindo sonhos.”

Marco Llobus responde reforçando:

A coisa é muito séria.

Veja esses 03 filmes do youtube que abordam esse tema:

http://www.youtube.com/watch?v=kLxQjBsvQdo

http://www.youtube.com/watch?v=oysDR7sf5RU&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=DRCoXLCeovc&feature=related


Marco Llobus

quinta-feira, 18 de março de 2010

Poemas para o livro Poetas En/Cena Volume 4 podem ser enviados até dia 30 de março

CHAMADA para publicação do livro:
“Poetas En/Cena Volume 4” (Uma reunião de poemas de poetas brasileiros)

Prezado(a) poeta: Estamos novamente nos arvorando a realizar um sonho: o 6º Belô Poético – Encontro Nacional de Poesia de Belo Horizonte estará acontecendo dias 15, 16, 17 e 18 de julho próximo. E mais uma vez estaremos realizando um livro com trabalhos de poetas de vários estados brasileiros, livro este, que será divulgado durante o evento.

A nossa intenção com essa publicação é enriquecer ainda mais o Belô Poético, que a cada ano vem se consolidando no cenário poético nacional. Para tal, a referida coletânea terá o seu lançamento nacional durante o “Sarau Lítero-musical– parte da programação do Encontro”, no qual os poetas participantes realizarão a abertura recitando um dos seus poemas. Os poetas incluídos na antologia “Poetas En/Cena Volume 4” estarão automaticamente inscritos no 6o Belô Poético. Maiores informações sobre a programação estará disponível no site: www.belopoetico.com a partir de abril de 2010. Estamos convidando-o a participar desse projeto, e para isso, seguem as informações abaixo:

Cada poeta participante terá direito a 04 páginas para expor seus poemas e biografia, a qual não poderá exceder a 30 linhas digitadas.

Esse material deverá ser entregue via e-mail ou através de correspondência. Cada autor fará uma revisão antes do livro ir para a gráfica, sendo esta revisão de inteira responsabilidade do autor.

O livro terá capa 02 cores, plastificada, em papel supremo 250g, costurado e colado – miolo: papel Ap 75g.

A antecedência desse informativo é para que haja tempo suficiente para a mais perfeita editoração da Antologia, cuidando do conteúdo, assim como o da estética do livro.

Cada autor fará um investimento de R$ 390,00 (trezentos e noventa reais) para cobrir os custos gráficos de confecção do livro, que poderá ser pago em 03 (três) parcelas de R$ 130,00 (cento e trinta reais) cada, em forma de cheques nominais a Rogério Salgado da Silva, pré-datado para os dias 15 de abril, 15 de maio e 15 de junho de 2010.

Cada poeta terá direito a 45 exemplares do livro.

A importância dessa iniciativa é a divulgação dos poetas, através de um Encontro que tem o seu reconhecimento nacional, o qual precisa de incentivo de todos os poetas, já que é um evento feito de poetas para poetas. Gentileza confirmar interesse em participar deste projeto até o dia 30 de março de 2010, enviando o material por e-mail. Os cheques deverão ser enviados através de carta registrada para Belô Poético Produções Artísticas e Literárias. Caixa Postal 836 – Belo Horizonte/MG – CEP 30.161-970. Os poetas que não puderem participar do 6o Belô Poético-Encontro Nacional de Poesia, receberão seus exemplares em casa, via correios.

Rogério Salgado & Virgilene Araújo

Realizadores do “Belô Poético-Encontro Nacional de Poesia”
Mais informações: (31) 3464.8213 – 8421.6827 – 8416.8175. e-mail: belopoetico@yahoo.com.br
site: www.belopoetico.com

domingo, 14 de março de 2010

Manifesto Universal de Poetas del Mundo - cont.





6 – Declaramos e doamos o valioso aporte – subsídios morais e sociais – dos poetas do mundo para o engrandecimento da humanidade. Daqueles que deixaram seus nomes marcados ao longo das eras, nos centenários livros da historia universal e na memória coletiva dos homens; como daqueles poetas anônimos, que passaram pela terra cumprindo suas missões legendárias através dos tempos. Cremos no valor que significaram estas majestosas contribuições em seus tempos, inclusive hoje. E vivemos uma época muito singular, onde toda a humanidade, em que se inclui os Poetas do Mundo do século XXI, e não queremos nos enraizar no passado tentando enxergar melhor o presente e o futuro. Os Poetas do Mundo deste século somos chamados a ser criativos, para sermos capazes de vibrar o grito atroante que se espera de nós frente ao descalabro que a humanidade impôs a si mesma ao longo das eras.

Poeta do Mundo,

Una-se a esta batalha pela existência humana!

Pela continuidade da VIDA!







Ariasmanzo [Luis Arias Manzo]

[Secretário-Geral]

Santiago de Chile, dezembro de 2005



Tradução: Marcia Motta

Revisão:Luciano Wallimann Wolff [[Cônsul de Nova Andradina]


As fotos mostram representantes de Poetas del Mundo no Movimento de 8 de Março - em comemoração aos 100 anos de luta contra a violência e discriminação no trabalho das Mulheres - em Belo Horizonte, MG: Brenda Mars, Rosa Pimentel, Bilá Bernardes, Lívia Tucci, Tânia Diniz.
créditos: Fotos de Brenda Marques e Bilá Bernardes

quinta-feira, 11 de março de 2010

Lançamento de livros


Estaremos, nesta próxima terça-feira, prestigiando os lançamentos dos livros de Rogério Salgado e Virgilene Araújo.
Convido-os a se juntarem a nós neste encontro.
Abraços,
Bilá Bernardes

sexta-feira, 5 de março de 2010

Blog Poetas del Mundo linkado ao Poesia Dellivery

O poeta Antônio Carlos Dayrell criou um blog self service onde os leitores servem-se de poesia em diversos blogs.
A partir de hoje, a logo de Poetas del Mundo MG lá está remetendo o leitor ao blog MG Poetas del Mundo.
Ao poeta(http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=5389) agradecemos.
Bilá Bernardes

quarta-feira, 3 de março de 2010

AMIGOS DAS LETRAS DE SETE LAGOAS

AMIGOS DAS LETRAS DE SETE LAGOAS

AMIGOS DAS LETRAS DE SETE LAGOAS

É um programa de incentivo e apoio aos talentos literários da cidade (de todas as idades), com as propostas expressas a seguir:

Propostas:
Estimular a leitura e a produção literária como instrumento de realização pessoal e de construção da cidadania.
Oferecer apoio e subsídios aos projetos literários individuais e coletivos com informações e treinamentos para melhoria da comunicação escrita e falada.
(Redação, leitura de textos, contação de histórias, declamação, oratória, debates).

Missão:
Estimular e fortalecer a produção literária e o habito da leitura. Promover novos talentos e reascender o ideal literário.

Objetivos:
Promover a união dos indivíduos, setores culturais e poder publico no resgate da nossa memória e vocação literárias.
Trabalhar nossas heranças culturais na promoção da cidadania e na construção de uma sociedade mais humana e mais justa.
Trabalhar a cultura em sua agenda positiva como instrumento de busca de justiça social e valorização profissional
Nomeação de associados beneméritos contribuintes, com mensalidade fixa para formação de um fundo de reserva.
(para publicação de livros por ex:)
Informatização do Programa com criação de site e aquisição de um computador conectado a Internet.
Estabelecimento de sede própria.
Abraço da causa pela publicação de Antologia de poetas e escritores sete-lagoanos do passado, do presente e ausentes.
(três volumes – contos, crônicas e poesias).
Busca de parceiros patrocinadores dos projetos culturais com vistas à descoberta e fortalecimento de novos talentos literários.
Formação de um grupo de debate, oratória e declamação

segunda-feira, 1 de março de 2010

O POETA BUENO DE RIVERA

O poeta Bueno de Rivera

Carlos Lúcio Gontijo

Somos todos acadêmicos e literatos à medida que nos deixemos tocar pela beleza e pela sensibilidade da palavra escrita. Serei breve em minha fala, pois me remeterei a Bueno de Rivera, um poeta maior, um fazedor de horizonte, um receptor de luzes, cuja chama não se transpõe, ou melhor, recusa-se a ficar inteiramente no papel; é calor que só o coração e o espírito podem acolher, conter e guardar.
Bueno de Rivera, agora patrono da cadeira 15 que ocupo na Academia de Letras do Brasil-Mariana (ALB-Mariana), era o nome artístico do mineiro Odorico Bueno, que há muito é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, com tradução em diversos países e referência obrigatória para todo e qualquer estudioso da verdadeira poesia feita no Brasil.
Bueno de Rivera nasceu em 1911, na cidade mineira de Santo Antônio do Monte, município do Centro-Oeste de Minas Gerais, onde eu passei minha infância, parte de minha juventude e bate lá o meu coração. Era menino ainda quando, pela primeira vez, ouvi a citação de seu nome.
Não por um professor ou sequer um estudante, mas por intermédio do pedreiro João Bueno, que à época trabalhava em uma reforma na casa de meus pais e se gabava de ser parente do festejado poeta.
Em 1976, tive o prazer e a honra de conhecer o grande poeta mineiro Bueno de Rivera, em visita a seu apartamento, na região central de Belo Horizonte, e imediatamente me lembrei do pedreiro João Bueno, pois me deparei com uma pessoa simples, um engenheiro da palavra – tijolo por tijolo –, um intelectual avesso a qualquer tipo de badalação e devotado pai de família.
Infelizmente, por seu recato e discrição, o incomparável Bueno de Rivera permanece autor desconhecido do grande público até os dias de hoje, como costuma acontecer com os que, como ele, Emílio Moura e Henriqueta Lisboa – por exemplo – se entregam de forma voluntária ao isolamento e à escassa divulgação em solo das Gerais.
Contudo, como ia dizendo, procurei o poeta Bueno de Rivera com o intuito de solicitar um prefácio para o meu segundo livro (Leite e Lua). Bueno não se fez de rogado, mas com jeitinho bem mineiro cuidou de me dar alguns conselhos sobre a busca de estilo próprio e a indispensável lapidação do dom que carregava comigo.
Pois bem, como para bom entendedor meia-palavra basta: lancei o livro prefaciado pelo poeta mineiro de Santo Antônio do Monte em 1977 e, seguindo as orientações do mestre, só voltei a editar dez anos depois, quando me julguei mais bem preparado.
Lamentavelmente, Bueno de Rivera faleceu em 1982, deixando-nos três importantes livros de poesia: Mundo Submerso (1944); Luz do Pântano (1948); e Pasto de Pedra (1971).
E só não publicou mais obras literárias porque o enorme sucesso de crítica não lhe trazia o necessário retorno financeiro e, com família para criar, ele – mineiro pé no chão, homem da montanha – optou por ganhar o pão de cada dia exercendo outras atividades, como a publicação do “Guia Rivera”, livreto vendido nas bancas de jornais e revistas, que trazia o número, o trajeto e o ponto de todos os ônibus coletivos da capital mineira.
Porém, seus livros jamais deixaram de ser lidos e comentados nos altares iluminados dos amantes da boa poesia mundo afora.
Ainda recentemente, Bueno de Rivera foi premiado com a publicação de vários poemas seus numa bela seleção feita por Affonso Romano Sant’Anna, onde seus versos luzidios, enxutos e precisos arrancaram aplausos e, mais uma vez, semearam conscientização e sensibilização do ser humano, como em O Apocalipse do Aleijadinho:
Dobram os sinos do Carmo
— pelo ricaço
— pelo devasso.
Dobram os sinos das Mercês
— pelo ouvidor
— pelo marquês.
Dobram os sinos
choram os sinos
pelos Nobres blão
pelos Brancos blão
— pelo Aleijadinho N Ã O !

Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
(Discurso de posse na Academia de Letras do Brasil-Mariana)
www.carlosluciogontijo.jor.br